Abuso: Não toqueis nos meus ungidos!

Abuso: Não toqueis nos meus ungidos!

 






















Dá ouvidos, ó pastor de Israel, tu que conduzes a José como um rebanho; tu que estás entronizado acima dos querubins, mostra o teu esplendor - 
Salmos 80:1.
Não toqueis nos meus ungidos, nem maltrateis os meus profetas - 
Salmos 105:15
Veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: Filho do homem, profetiza contra os pastores de Israel; profetiza e dize-lhes: Assim diz o SENHOR D’us: Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos! Não apascentarão os pastores as ovelhas? Comeis a gordura, vestis-vos da lã e degolais o cevado; mas não apascentais as ovelhas. A fraca não fortalecestes, a doente não curastes, a quebrada não ligastes, a desgarrada não tornastes a trazer e a perdida não buscastes; mas dominais sobre elas com rigor e dureza. Assim, se espalharam, por não haver pastor, e se tornaram pasto para todas as feras do campo. As minhas ovelhas andam desgarradas por todos os montes e por todo elevado outeiro; as minhas ovelhas andam espalhadas por toda a terra, sem haver quem as procure ou quem as busque - Ezequiel 34:1 -6.
Vendo ele - Jesus - as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam aflitas e exaustas como ovelhas que não têm pastor - Mateus 9:36

"Não Toqueis nos Meus Ungidos"

INTRODUÇÃO

A vasta maioria dos membros das assim chamadas "igrejas evangélicas" de todos os matizes - sejam protestantes, evangélicas propriamente ditas, pentecostais, carismáticas e da terceira onda - já tiveram a oportunidade, em um ou outro momento, de presenciar um pastor, presbítero, missionário, evangelista, apóstolo, profeta ou algo que o valha, subir ao púlpito de uma comunidade qualquer e mandar ver um sermão acerca de "não toqueis nos meus ungidos". Junto com o sermão, bastante impróprio, diga-se de passagem, vem um besteirol que beira realmente às raias do ridículo.
Estes sermões são todos motivados pelo conceito errado e realmente perverso de que aqueles que servem ao Senhor nas funções de pastor, presbítero, missionário, evangelista, apóstolo ou profeta etc, são realmente "servos especiais" que pertencem a uma categoria que é distinta de todos os outros crentes. Como "servos especiais", estas pessoas, pois existem homens e mulheres nesta categoria, imaginam que estão acima de qualquer tipo de crítica e que podem mandar e desmandar na Igreja do Senhor, porque, segundo eles mesmos, o Senhor lhes concedeu poder e autoridade "especiais". Por este motivo todo e qualquer criticismo, não importa a intenção, será confrontado vigorosamente através de vários mecanismos entre os quais se encontra o famigerado sermão acerca de "não toqueis nos meus ungidos".
Mas existem mesmos pessoas especiais para D’us? Existem mesmo pessoas que recebem um batismo com o Espírito Santo que é mais poderoso do que o batismo com o Espírito Santo que veio sobre todos os outros cristãos? Existe realmente uma unção que é maior, melhor, mais poderosa do que a unção com que o próprio Deus ungiu a todos os crentes no Senhor Jesus Cristo?
Outro dia o autor tomou conhecimento de que um falso mestre que atende pelo nome de Benny Hinn, declarou ter visitado os túmulos de duas mulheres fundadoras de igrejas cristãs do passado e que "coletou", para si mesmo, "a poderosa unção" que ainda se encontrava naqueles túmulos cheios de pessoas mortas. Não duvido que ele tenha realmente "coletado" alguma coisa, mas certamente o que ele coletou não tem nada a ver com o Espírito Santo de D’us. Este patético senhor e todos seus seguidores, e não são poucos, estão realmente fora de sintonia com o D’us da Bíblia e com a própria Bíblia como espero demonstrar neste artigo. Quando confrontado por tais práticas estranhas e realmente abusivas o senhor Benny Hinn reagiu com as seguintes palavras: "Se você falar mal de mim, ou contra a unção que está em mim e no meu ministério, seus filhos irão sofrer as conseqüências". Quão longe este tipo de atitude se encontra do verdadeiro ensino dos Evangelhos fica a critério do leitor decidir.
Mas como conseguimos chegar neste nível de desarranjo espiritual onde um homem que alega ser pregador da palavra de D’us age como um verdadeiro seguidor do espiritismo kardecista e procura recolher pretensas unções em cemitérios? Tudo isto acontece por um simples, mas poderoso fato, que pode ser assim representado: existem algumas pessoas que se arvoram ares de super-crentes ao mesmo tempo em que existem também, milhares de outras pessoas que estão dispostas a acreditar e seguir os super-crentes a qualquer custo, achando que com isto estão seguindo no caminho de Deus. O autor deseja dizer aqui com todas as letras, apenas que: NÃO EXISTEM SUPER-CRENTES. Tudo o mais será dito no restante deste artigo.

I. Os Abusadores

Abuso espiritual, pode parecer estranho, é um estado de coisas amplamente denunciado nas páginas das nossas Bíblias. No passado, durante os dias do Antigo Testamento, Deus levantou inúmeros profetas para denunciarem este tipo de perversidade. No Novo Testamento, o próprio Senhor Jesus tomou uma boa porção do Seu ministério para denunciar e confrontar aqueles que abusam espiritualmente de outras pessoas. Por estes motivos nós faremos muito bem em ouvir o que eles têm a dizer acerca dos desmandos e abusos que percebemos nos dias de hoje, da parte de homens e mulheres que são extremamente ágeis e rápidos em se proteger debaixo da couraça representada pela expressão "não toqueis nos meus ungidos".

A. O Profeta Ezequiel

A passagem de Ezequiel 34:1 - 6 é certamente a que melhor descreve, no Antigo Testamento, o assunto que é objeto deste artigo, a saber: Abuso Espiritual.
1 Veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo:
2 Filho do homem, profetiza contra os pastores de Israel; profetiza e dize-lhes: Assim diz o SENHOR D’us: Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos! Não apascentarão os pastores as ovelhas?
3 Comeis a gordura, vestis-vos da lã e degolais o cevado; mas não apascentais as ovelhas.
4 A fraca não fortalecestes, a doente não curastes, a quebrada não ligastes, a desgarrada não tornastes a trazer e a perdida não buscastes; mas dominais sobre elas com rigor e dureza.
5 Assim, se espalharam, por não haver pastor, e se tornaram pasto para todas as feras do campo.
6 As minhas ovelhas andam desgarradas por todos os montes e por todo elevado outeiro; as minhas ovelhas andam espalhadas por toda a terra, sem haver quem as procure ou quem as busque.
Nesta passagem nós encontramos a palavra do Senhor vindo até o profeta Ezequiel lhe ordenando que profetize contra "os pastores de Israel". Por esta expressão, como fica evidente pelo contexto, devemos entender que o profeta não está se referido literalmente a pastores de ovelhas, e sim a todos os líderes da nação de Israel. Ele dirige suas palavras aos magistrados e aos príncipes, aos levitas e aos sacerdotes i.e. a todos aqueles que tinha a responsabilidade de cuidar do povo de D’us. De zelar sobre o povo de D’us, de protegê-lo e de não explorá-lo.
Através do profeta Ezequiel é o próprio D’us quem tem algo a dizer a estes líderes. E D’us fala de uma posição privilegiada já que Ele mesmo é reconhecido como o pastor por excelência sobre seu povo - ver Salmos 80:1. E como pastor sobre Seu povo, D’us é louvado, de forma magistral por Davi no Salmo 23 que começa exatamente com as palavras "O SENHOR é o meu Pastor, nada me faltará"! Fala o D’us-pastor de Israel e diz: "Ai dos pastores de Israel"! E nesta expressão nós encontramos uma vibrante contradição entre como aqueles homens se viam e como o D’us-pastor os via. Como iremos perceber os problemas causados por pastores abusadores, existem desde os tempos mais antigos.
Pastores, como líderes, gostam de pensar de si mesmo como pessoas diferenciadas, acima das outras pessoas. Gostam de se ver como sendo "especiais", como super-crentes. Apesar de gostarem de se ver desta maneira, D’us não está nem por um segundo interessado em participar no jogo deles. Suas palavras são de condenação absoluta desde o começo: "Ai dos pastores de Israel". Aqueles homens achavam que as posições que ocupavam eram tão dignificadas que os tornavam, automaticamente, isentos e imunes a toda e qualquer forma de crítica. Não entendiam que as posições que ocupavam, bem como as funções que executavam, realmente, não os isentavam de ter que admitir seus erros, de ter que confessar seus pecados e de sofrer as graves conseqüências dos juízos de D’us, caso não se arrependessem. Esta palavra realmente dura da parte do Senhor é motivada pelo fato de que os pastores não são "donos" do rebanho de D’us e por este motivo não podem tratar o rebanho de D’us de qualquer maneira e muito menos de maneiras que sejam abusivas. Pastores, como diz o apóstolo Pedro, não passam de cooperadores submetidos ao Senhor YESHUA que é chamado de Supremo pastor - ver 1 Pedro 5:4. O motivo porque o Senhor usa tão duras palavras foi expresso de forma perfeita pelo profeta Jeremias quando diz: "Ai dos pastores que destroem e dispersam as ovelhas do meu pasto! - diz o SENHOR - Jeremias 23:1. Porque somos ovelhas do pasto do Senhor, é que Ele se mostra tão aborrecido quando somos maltratados por aqueles que deveriam realmente cuidar de nós. Todos aqueles que são chamados, pelo SENHOR, para ajudar a cuidar das ovelhas do Seu pasto, vejam bem como procedem porque D’us não se agrada de tolos - ver Eclesiastes 5:4! Conforme podemos ver neste texto de Ezequiel, D’us irá sempre tratar com firmeza aqueles que não viverem à altura dos compromissos assumidos como pastores e servos a serviço do povo de D’us.
Ezequiel, falando em nome do D’us-Pastor de Israel, confronta os pastores dos seus dias de várias maneiras.
1. Em primeiro lugar existe a pergunta mais básica que precisa ser respondida e que é: por que existem pastores? A resposta nos vem através de uma pergunta feita pelo profeta: Não apascentarão os pastores as ovelhas? Pastores existem, primariamente, para apascentar as ovelhas. Para cuidar das ovelhas. E devem executar estas funções sem condenar e sem brutalizar as ovelhas. Usando uma linguagem bastante direta, o profeta acusa os pastores de estarem cuidando de si mesmos em vez de estarem cuidando das ovelhas: "Ai dos pastores que se apascentam a si mesmos!". Como se não fosse terrível o bastante ignorarem as necessidades das ovelhas por estarem por demais ocupados consigo mesmos, estes pastores ainda tratavam as ovelhas com extrema brutalidade, pois o profeta diz: "Comeis a gordura, vestis-vos da lã e degolais o cevado; mas não apascentais as ovelhas" e "dominais sobre elas com rigor e dureza". O interesse daqueles pastores estava muito mais nos benefícios materiais que poderiam receber das ovelhas - carne, gordura, lã - do que nos benefícios espirituais que poderiam e deveriam repartir no cuidado do rebanho. Para Ezequiel, o interesse daqueles pastores não estava centrado no chamado de D’us e no pastoreio e sim no poder e no controle que exerciam sobre as ovelhas.
2. Em segundo lugar existe a triste constatação de que os pastores estavam negligenciando por completo suas responsabilidades, mesmo as mais básicas. O profeta diz: "A fraca não fortalecestes, a doente não curastes, a quebrada não ligastes, a desgarrada não tornastes a trazer e a perdida não buscastes". Mas que situação tão terrível! Por que estes homens agiam assim desta maneira? Além da absoluta falta de interesse verdadeiro pelas ovelhas, eles agiam desta maneira em parte por ignorância e em parte por preguiça. O despreparo dos pastores é notório e a preguiça de muitos deles também. Deixa o rebanho pra lá, dizem. O rebanho só me interessa pelo que posso conseguir dele, o resto é realmente irrelevante. Pensam e agem assim porque sabem que o povo os tem em alta estima e ninguém vai realmente querer peitar o "ungido do Senhor".
3. O resultado direto deste descaso e ignorância não demora a ser sentido. Ovelhas sem cuidados pastorais e maltratadas tendem a se espalhar, por não haver pastor, e acabam por tornar-se pasto para todas as feras do campo. Este é o triste fim de todas as situações de abuso espiritual que encontramos, mesmo nos dias de hoje: ovelhas dispersas, abandonadas e sendo devoradas por todos os tipos de "feras". O profeta constata, em nome do D’us-Pastor de Israel, esta triste realidade ao dizer: "As minhas ovelhas andam desgarradas por todos os montes e por todo elevado outeiro". Ovelhas abusadas só conseguem resistir até certo ponto. Algumas chegam mesmo a morrer dentro do próprio redil - a comunidade local que chamamos de igreja. Outras, não agüentando mais os abusos, preferem abandonar o redil. E os pastores demonstram algum tipo de preocupação? As palavras de Ezequiel estão repletas de desconsolo neste quesito: "as minhas ovelhas andam espalhadas por toda a terra, sem haver quem as procure ou quem as busque". A triste conclusão a que chegamos ao analisar este texto é a mesma de muitos irmãos que têm nos procurado para nos dizer: melhor ficar sem pastor, do que sob os cuidados, ou melhor, a falta de cuidados, deste tipo de pastores denunciados pelo profeta.
Não podemos ignorar que os pastores abusadores, não desistem de seus atos de abuso, mesmo quando as ovelhas saem dos seus redis. Estes abusadores perseguem as ovelhas, visando trazê-las de volta à situação terrível da qual haviam escapado. Quando encontram resistência por parte da ovelha que saiu, a atitude dos abusadores é, como o leitor já sabe, mais abuso. Falsas acusações de insubordinação, de insubmissão e falta de consagração a D’us são apenas o começo. Visando intimidar a "ovelha desgarrada", pastores abusadores partem para os mais baixos tipos de manipulação que incluem: dizer que a "ovelha desgarrada" nunca foi verdadeiramente crente, ou pior, dizer que a "ovelha desgarrada" vai direto para o inferno. Depois, com a cara lavada, estes abusadores sentem-se livres para afirmar que suas igrejas são igrejas que "cuidam realmente" das pessoas e ninguém poderá dizer que não tentaram trazer a ovelha desgarrada de volta.
Mas é interessante notar, que nestes encontros, que visam à reconciliação, não existe, por parte dos abusadores, nem uma palavra de admissão de erros cometidos. Como são os "ungidos do Senhor" estão muito acima até mesmo da possibilidade de cometerem o menor pecado. Afinal eles ensinam, que pastores, não cometem erros nem pecados e não precisam nunca pedir perdão. E quando apertados, costumam sacar, sem a menor cerimônia, seu texto favorito que diz: Não toqueis nos meus ungidos! São realmente patéticos nestas horas.
A verdade que muitas vezes resistimos em reconhecer, e pessoas abusadas sentem esta dificuldade de uma maneira muito mais aguda, é que existem muitos homens, mas muitos mesmos, que se intitulam pastores, são até mesmo ordenados, mas que na realidade não são pastores de verdade. Não possuem chamado, não se submetem ao Senhorio de Jesus e não se dispõe ser aquilo que devem ser: servos, a serviço do povo de D’us. Muitos hoje estão no ministério apenas por interesses financeiros e comerciais. Como "ser pastor" se tornou em  apenas mais uma profissão, o pastor-abusador fará de tudo que estiver ao seu alcance para não perder sua "boquinha".

B. O Senhor Jesus e os Falsos Pastores

Nos dias em que andou por este mundo, o Senhor Jesus foi um ferrenho adversário dos falsos pastores. Jesus se opôs abertamente contra todos aqueles que, chamando-se pastores, se ocupam realmente somente consigo mesmos e abandonam o rebanho completamente. A situação do povo de Israel nos dias de Jesus não era nem um pouco diferente daquela que encontramos nos dias do profeta Ezequiel. O evangelista Mateus nos diz que: "Vendo ele - Jesus - as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam aflitas e exaustas como ovelhas que não têm pastor - Mateus 9:36".
O encontro frontal entre Jesus e os falsos pastores de Israel dos seus dias, será discutido na parte 3 desta série.

II. "Não Toqueis nos Meus Ungidos"

Conforme mencionamos anteriormente, pastores abusadores gostam de pensar acerca de si mesmos, como sendo super-crentes. Gostam de pensar acerca de si mesmos como pertencendo a uma casta realmente separada e distinta de todos os outros irmãos. Dentro desta visão costumam, por um lado, torcer textos bíblicos para beneficiá-los e por outro lado inventam uma série de normas que são colocadas em prática tão logo são questionados ou se sentem ameaçados. É importante que deixemos bem claro que na grande maioria das vezes, este sentimento de que estão sendo ameaçados, é completamente irracional. Vamos primeiro ver os textos favoritos dos pastores abusadores quando o assunto é a auto-defesa deles, e em seguida, veremos algumas das normas mais comuns implementadas em suas defesas. Não podemos nunca nos esquecer que todos os recursos utilizados pelos pastores abusadores visam não deixar nenhuma dúvida na cabeça de nenhuma pessoa acerca de quem realmente manda!

A. Os Textos Bíblicos Favoritos dos Pastores Abusadores

Os pastores abusadores gostam de se ver como pertencentes a uma classe toda especial de pessoas. Uma das maneiras favoritas de se descreverem é atribuir a si mesmos o pomposo título de "ungido do Senhor". Com isto querem dizer que são objetos de uma unção toda especial da parte de D’us. Esta "unção" possui verdadeiro poder mágico de transformá-los em super- crentes. Como tais, estão imunes de cometer os mesmos erros que todos nós estamos sujeitos a cometer. Como não cometem erros, não têm nada acerca do que devem pedir perdão. Como não cometem erros nem pecados, são também inatacáveis e não podem sofrer nenhum tipo de crítica ou censura. Qualquer pessoa que ouse criticá-los ou condená-los por práticas abusivas será severamente tratada.
Mas vamos considerar, por breves instantes, o mito de que a expressão "não toqueis nos meus ungidos" diz respeito aos pastores abusadores. Mitos nada mais são do que palavras que assumiram um significado diferente daquele que lhe foi atribuído pelo autor original. O mesmo é verdade com o mito criado em torno da expressão "não toqueis nos meus ungidos", como podemos perceber pela evidência a seguir.
1. A expressão "ungido do Senhor" é bíblica e ocorre exatas oito vezes no texto hebraico do Antigo Testamento. Seis destas oito menções fazem referência ao rei Saul. Uma faz referência ao Rei Davi e uma diz respeito ao Ungido do Senhor como aguardado pelo profeta Jeremias. As menções aos reis Saul e Davi, deixam bem claro que os ungidos do Senhor não eram homens imunes nem a erros, nem a críticas e muito menos à disciplina por parte do Senhor. Ver a lista completa de versículos que trazem a expressão "ungido do Senhor" no final deste artigo.
2. A expressão "teu ungido" é também bíblica e ocorre seis vezes no texto hebraico do Antigo Testamento. Destas seis, uma diz respeito ao rei Davi e todas as outras ao Ungido como esperado pelo povo de Israel. Novamente a referência ao rei Davi é um claro indicativo que o "ungido do Senhor" era alguém passível de cometer erros, de sofrer críticas e, no caso específico de Davi, de sofrer graves conseqüências por pecados cometidos. Ver a lista completa de versículos que trazem a expressão "teu ungido" no final deste artigo.
3. A expressão "meu ungido", da mesma forma que as duas anteriores, é bíblica e ocorre duas vezes no texto hebraico do antigo testamento. As duas referências dizem respeito ao Messias ou Ungido como esperado pelo povo de Israel. Ver a lista completa de versículos que trazem a expressão "meu ungido" no final deste artigo.
4. Por sua vez, a expressão "seu ungido", ocorre onze vezes no texto hebraico do Antigo Testamento e uma única vez no texto grego do Novo Testamento. Estas onze referências estão assim distribuídas:
" 5 vezes fazem referência ao Ungido como o esperado Messias de Israel.
" 3 vezes fazem menção a Saul.
" 1 vez diz respeito à Eliabe, irmão de Davi.
" 2 vezes a citação é referente ao rei Davi.
" 1 vez ao imperador dos Medos, Ciro.
Desta maneira fica fácil notar que quando não se refere ao Ungido que representa o Senhor YESHUA, os textos falam de homens que foram tão pecadores como qualquer um de nós. A unção para ser rei sobre o povo de Israel, conferida a Saul e a Davi, não era nenhuma garantia de que aqueles homens estavam imunes do poder do pecado, ou que não poderiam ser criticados e que estariam completamente isentos da disciplina de D’us. Ver a lista completa de versículos que trazem a expressão "seu ungido" no final deste artigo.
5. Por fim restam as duas referências que trazem de forma explícita a expressão "não toqueis nos meus ungidos". Estas referências são:
1 Crônicas 16:22 dizendo: Não toqueis nos meus ungidos, nem maltrateis os meus profetas.
Salmos 105:15 dizendo: Não toqueis nos meus ungidos, nem maltrateis os meus profetas.
Antes de analisarmos estes versículos é necessário dizer que os mesmos são idênticos e isto por um bom motivo. O verso de 1 Crônicas é parte de uma compilação de Salmos que se estende do verso 7 até o verso 36 do capítulo 16 de 1 Crônicas. Esta compilação contém partes dos salmos 96, 105 e 106.
Conforme dissemos, os dois versículos são idênticos, portanto, a interpretação de um servirá como interpretação para o outro também. A questão mais importante para nós, neste momento, é definir acerca de quem o salmista está falando? Quem são os ungidos do Senhor? O contexto deixa isto bem claro, e por ele nós podemos ter certeza absoluta quem são as pessoas a quem o Senhor se refere como sendo os "ungidos do Senhor" e de "meus profetas". Salmos 105:8 - 15 diz o seguinte:
8 Lembra-se perpetuamente da sua aliança, da palavra que empenhou para mil gerações;
9 a aliança que fez com Abraão e do juramento que fez a Isaque;
10 o qual confirmou a Jacó por decreto e a Israel por aliança perpétua,
11 dizendo: Dar-te-ei a terra de Canaã como quinhão da vossa herança.
12 Então, eram eles em pequeno número, pouquíssimos e forasteiros nela;
13 andavam de nação em nação, de um reino para outro reino
.
14 A ninguém permitiu que os oprimisse; antes, por amor deles, repreendeu a reis,
15 dizendo: Não toqueis nos meus ungidos, nem maltrateis os meus profetas.
O texto é absolutamente cristalino. Aqueles que são chamados de "ungidos do Senhor" e de "meus profetas" são os descendentes de Abraão, Isaque e Jacó. São os Israelitas. Todos e cada um deles. Ninguém que pertença verdadeiramente ao povo de Israel é deixado de fora.
Portanto, como dissemos, o mito de que os pastores constituem-se em os "ungidos do Senhor", como uma casta distinta e superior a todos os crentes, não passa realmente de uma invencionice perversa cujo único propósito é munir homens perversos com mecanismos que os possibilitem abusar de suas ovelhas. Precisamos retornar, de maneira urgente, ao padrão bíblico do pastor-servo à imitação do próprio Senhor YESHUA.

B. O Ensino do Novo Testamento Acerca de Termos Sido Ungidos por Deus

O Novo Testamento ensina exatamente a mesma coisa que é ensinada no Antigo Testamento. Todos os que pertencem ao Povo de Deus foram ungidos pelo próprio D’us. Todos os crentes verdadeiros, sem exceção recebem uma e rigorosamente a mesma unção. Não existem cristãos mais ungidos que outros cristãos. E, definitivamente, não existem "ministérios ungidos" e muito menos esta figura preconizada por falsos mestres, como Benny Hinn, de que é possível possuir "uma unção" específica, distinta da única unção disponível a todos os cristãos.
O texto de 2 Coríntios 1:21 - 22 diz: "Mas aquele que nos confirma convosco em Cristo e nos ungiu é D’us, que também nos selou e nos deu o penhor do Espírito em nosso coração". Estes dois versos ensinam claramente que só existe uma unção e que todos os cristãos são participantes desta unção, pois o repartir da mesma é um ato do próprio Deus.
Quando Paulo diz que D’us nos ungiu, ele está dizendo que todos nós que somos genuinamente cristãos, fomos ungidos diretamente pelo próprio D’us. Nas tradições judaicas era costumeiro a unção de reis, profetas e sacerdotes quando do início do exercício das suas funções. Isto pode ser observado em Êxodos 28:41 e 40:15 com relação aos sacerdotes; em 1 Reis 9:16 e Isaías 61:1 com relação aos profetas e em 1 Samuel 10:1;15:1; 2 Samuel 2:4 e 1 Reis 1:34 com relação aos reis de Israel. A palavra "ungido" é também usada para se referir, de modo todo especial, ao Senhor YESHUA que é chamado de: Ungido (português) = Cristo (grego) = Messias (hebraico). YESHUA é o ungido por excelência de ELOHIM já que Ele possui um triplo serviço como Rei, Profeta e Sacerdote. A expressão ungido também é usada para se referir a todos os crentes e indica que os mesmos são consagrados ou separados para o serviço de D’us pelo Espírito Santo. É por causa desta separação ou consagração, que somos chamados e considerados santos por D’us. O apóstolo João disse em 1 João 2:20: "E vós possuis unção que vem do Santo e todos tendes conhecimento". A conseqüência desta unção na vida de todos os servos pode ser vista em alguns versículos mais adiante, no mesmo texto, quando João diz:
"Quanto a vós outros, a unção que dele recebestes permanece em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas, como a sua unção vos ensina a respeito de todas as coisas, e é verdadeira, e não é falsa, permanecei nele, como também ela vos ensinou. Filhinhos, agora, pois, permanecei nele, para que, quando ele se manifestar, tenhamos confiança e dele não nos afastemos envergonhados na sua vinda. Se sabeis que ele é justo, reconhecei também que todo aquele que pratica a justiça é nascido dele. - 1 João 2:27 - 29".
Assim temos que existe somente uma unção, que todos os crentes receberam esta mesma unção e que D’us mesmo é aquele que nos unge. Não devemos, portanto, ter medo de desmascarar a qualquer um que pretenda ser possuidor de algum tipo especial de unção. Unção especial só existe uma: é aquela com D’us mesmo ungiu a todos os crentes, sem exceção! Qualquer outra invencionice não passa de pretensão e orgulho humano querendo aparecer.

C. Métodos e Normas que são Geralmente Utilizados por Pastores Abusadores

O autor deseja advertir novamente aos leitores de que o material a seguir contém informações que podem não ser agradáveis à grande maioria das pessoas.
Pastores que abusam dos seus rebanhos seguem, normalmente, uma série comum de métodos e normas, visando estabelecer seu poder, domínio e controle absoluto sobre o povo de D’us. Entres estes métodos e normas podemos destacar as seguintes como sendo as mais comuns:
1. Pastores abusadores são extremamente defensivos quanto aos seus feudos particulares e tendem a agir de uma forma que é sempre abusiva quando se trata de defender seus próprios interesses. Os interesses pessoais de pastores abusadores estão, sempre, acima de quaisquer outros interesses. Não existe nenhum tipo de consideração cristã que possa intervir quando o que está em jogo for o interesse pessoal de algum pastor abusador. Em poucas palavras podemos dizer que para defender seus interesses vale-tudo para pastores abusadores.
2. Uma das características mais marcantes deste vale-tudo mencionado no item 1 acima, é a tendência constante de usar e abusar de passagens bíblicas, dentre as quais a favorita é: "Não toqueis nos meus ungidos". Pastores abusadores aprendem, de forma bastante rápida, a manipular a Bíblia visando alcançar seus mais inconfessáveis propósitos.
3. Pastores abusadores, porque possuem uma visão distorcida de si mesmos, literalmente adoram serem exaltados e tratados com toda a honra, toda a deferência e toda a pompa e circunstância, que, em suas mentes doentias, imaginam o "ungido do Senhor" merece.
4. Pastores abusadores são todos aqueles que acham que os termos usados no Novo Testamento para descrevê-los, termos como pastores, presbíteros e bispos, são realmente títulos e indicadores de posição. Nas suas pequeninas cabeças imaginam que os "títulos" que possuem os habilitam a dominar, governar e até reinar sobre o povo de ELOHIM. A estes homens falta um mínimo de inteligência para entenderem que os termos usados no Novo Testamento são meros descritores de função e não possuem nenhum tipo de conotação hierárquica ou de posição ou nível. Todos os crentes, sem exceção, estão "EM YESHUA". Esta é a posição de todos os crentes: estamos todos "em YESHUA". Pastores estão "em YESHUA", da mesma maneira que as ovelhas estão "em YESHUA". Não existe nenhuma diferença posicional entre os crentes. O que existe são funções diferentes. E a função daqueles encarregados de cuidar do rebanho de ELOHIM é descrita como a de alguém que cuida de ovelhas (pastor); como de alguém que possui maturidade espiritual para ensinar, admoestar e exortar (presbítero) e como alguém que possui a função de supervisionar o rebanho de D’us (bispo). Como pode ser facilmente percebido as três palavras, pastor, presbítero e bispo, são meras descritoras das funções que precisam ser executadas e não fazem nenhuma referência a algum tipo de hierarquia que deva existir na Igreja dos Ungidos do Senhor! Os termos que o Novo Testamento usa de pastor, presbítero e bispo não descrevem ofícios e sim as funções que precisam ser desempenhadas por aqueles chamados para cuidar do povo de D’us.
5. Pastores abusadores gostam de reprovar de forma pública e privada a todos que consideram desobedientes e insubmissos. Esta desobediência e insubmissão não têm nada a ver com a Bíblia ou com a sã doutrina e sim com a vontade pessoal do pastor abusador. As reprovações privadas tendem a ser bastante desagradáveis, pois os abusadores sabem que dificilmente alguém irá acreditar nas palavras de alguém que está rotulado de insubmisso ou desobediente. Esta situação permite aos pastores abusadores usar os termos que bem quiserem nestas conversas, fazer as alegações que bem entenderem por mais estapafúrdias que sejam, levantar graves acusações por mais levianas que sejam e tirar as conclusões que lhes forem as mais convenientes. É praticamente impossível sobreviver em um ambiente tão hostil. Mas há muitos que continuam tentando. Somente a eternidade irá revelar a verdadeira dramaticidade destas conversas perversas e funestas.
6. Intimamente associado à reprovação pública está o desprezo público ou o isolamento de certos membros. Pastores abusadores fazem questão de deixar bem claro quem são as pessoas que não estão lhes agradando, e por este motivo precisam ser tratadas da maneira mais fria possível. Irmãos fracos, ao verem o pastor colocar alguém "na geladeira", seguem o mesmo mau exemplo e também passam a tratar o ferido da mesma maneira. Esta é uma das situações mais insuportáveis dentro de uma comunhão que se intitula cristã. Quando um pastor que deveria realmente estar cuidando da ovelha ferida, vira o rosto e age como se a ovelha não existisse, está cometendo um dos atos mais cruéis que podem ser praticados.
7. Pastores abusadores adoram subir nos púlpitos e disparar contra aqueles que consideram seus desafetos. Este é sem dúvida um dos piores atos que um pastor pode praticar: usar o tempo que deveria ser gasto para edificar o povo de D’us para resolver diferenças pessoais, muitas vezes com uma pessoa somente. Pastores abusadores sabem que o púlpito é prerrogativa exclusiva deles ou de quem eles convidam, portanto, sentem-se à vontade para maltratar as pessoas a partir daquela posição vantajosa. Quando sobem ao púlpito para agredir a quem quer que seja, os pastores abusadores demonstram apenas que são grandes covardes e como tais são dignos de uma coisa somente: desprezo absoluto.
8. Se a igreja possuir algum tipo de boletim o mesmo será usado por pastores abusadores para destilar triplamente o mais perverso tipo de veneno do qual se tem notícia. Este tipo de veneno intoxica a todos nos igreja. Ninguém que saiba ler fica imune desta contaminação verdadeiramente maligna.
9. Ameaças de toda sorte são também parte do arsenal comum a todos os pastores abusadores. Ameaças que vão desde o simples afastamento de algum ministério, chegando até à excomunhão ou expulsão que é o termo favorito dos abusadores neste quesito. Da pretensa, mas real, posição de autoridade, o pastor abusador se sente perfeitamente confortável para atazanar a vida de suas ovelhas com todos os tipos de ameaças, com algumas chegando a beirar a imoralidade.
10. Pastores abusadores costumam ensinar suas ovelhas que toda insubordinação e desobediência é pecado grave e que este tipo de pecado é digno das mais severas e pesados formas de disciplina. Desta maneira, a igreja está plenamente doutrinada e quando algo acontece todo mundo concorda com a violência praticada. Este é realmente um ciclo vicioso muito difícil de romper.
11. Outra característica bastante marcante entre pastores abusadores é a adoção de dois pesos e duas medidas como norma para o dia-a-dia. Este tipo de prática é tão comum, tratar uma mesma situação de duas maneiras diferentes, que a vasta maioria dos crentes dos dias de hoje já não reage a este estado de coisas. Preferem pensar que as coisas são assim mesmo. Que não adianta lutar. Que é bobagem se indispor. O autor entende todos estes argumentos, mas não pode deixar de chamar de covardes a todos que observam este tipo de prática e não se manifestam pela justiça e pela verdade! A motivação para o uso de dois pesos e duas medidas está completamente dependente àquilo que for o interesse do pastor abusador. São seus interesses pessoais e não a justiça e a verdade que interessam.
12. Pastores abusivos gostam de ensinar suas ovelhas idéias que possam causar falsos sentimentos de culpa. Estes sentimentos, por sua vez, só podem ser aliviados mediante um curvar-se, quase imoral, diante da vontade do pastor ou, se a pessoa tiver condições, de polpudas contribuições. Os que não possuem dinheiro acabam por trabalhar como verdadeiros escravos para o pastor, sua esposa e filhos. Fazem de tudo: reforma e pintura de casas, cozinham, lavam, passam, cuidam do jardim, das crianças, fazem faxina, limpeza pesada, lavam carros, servem como motoristas e vai por aí afora. Pastores abusivos sabem que uma mente bem manipulada por falsa culpa é capaz de produzir muitas e muitas coisas.
13. Abusadores gostam de criar panelas e grupelhos de todos os tipos dentro das igrejas. A alguns eles estendem a mão e chamam estas pessoas de "amigos pessoais". Este tipo de "amizade" vai muito além daquilo que dispensam aos outros irmãos da igreja. O resultado disto é que aqueles que são atraídos para dentro deste círculo íntimo compartilham o "poder" com o "chefe" e isto os faz leais até à morte, mesmo diante das maiores imoralidades que se possa ter notícia. Outros são privilegiados com posições "honradas" e destaques especiais naqueles ministérios que são considerados os mais "nobres". Quanta hipocrisia é possível existir dentro de uma igreja é realmente difícil de se aferir. Mas os abusadores adoram tudo isto e se divertem enquanto seguem impunes. Mas o SENHOR vê tudo e certamente haverá um severo ajuste de contas na hora apropriada.
14. Uma das formas mais medonhas de abuso espiritual é aquilo que podemos chamar de esoterismo. Esta é a prática mediante a qual a verdadeira natureza dos ensinamentos, da agenda que está sendo seguida e das práticas que são adotadas é revelada somente para os mais "chegados" ou àqueles que progridem, de forma verdadeira, dentro do movimento a que pertencem. O autor tem tido a oportunidade de observar inúmeras denominações, algumas históricas inclusive, onde o verdadeiro propósito e agenda é sustentar e manter a boa vida da classe sacerdotal ou dominante. Milhares e milhares de "formiguinhas" trabalham como escravos e contribuem para que um pequeno grupo tenha tudo do bom e do melhor. No dia em que estes verdadeiros "escravos" do século XXI acordarem, e se derem conta de que não precisam dos "faraós", este será um verdadeiro dia de glória.
15. Amor condicional é outro método favorito dos pastores abusadores. Só recebem amor aqueles que se enquadram perfeitamente dentro da vontade absoluta do abusador. Todos os outros são tratados com desdém e desprezo visível até por quem está apenas visitando o trabalho.
16. Abusadores exigem que qualquer pessoa que queira progredir na hierarquia que comandam, precisa, acima de tudo, ser um excelente modelo quando o assunto é contribuição. Posições de liderança são rigorosamente reservadas a pessoas que podem contribuir mais financeiramente.
Diante desta lista, verdadeiramente abominável, chega a ser ridículo perguntarmos por que as igrejas vão mal e estão tão enfermas. A resposta não precisa ser buscada na existência de demônios territoriais, inimigos da cruz nem em "irmãos insubmissos". A resposta para muitos dos males que existem na igreja moderna passa pela qualidade da liderança existente. Passa pela triste constatação de que os abusadores não estão preocupados com o Povo de D’us e sim com seus próprios interesses. Se desejamos uma nova Reforma, a mesma precisa começar, necessariamente, pela remoção de líderes abusadores e sua substituição por verdadeiros líderes que sejam pastores-servos a serviço do Povo de D’us

Conclusão:

Creio que chegou a hora de praticarmos uma verdadeira defenestração, espiritual é claro, arrancando as máscaras dos pretensos "ungidos do Senhor"; virando as costas e dando adeus aos "faraós modernos" e abandonando por completo aqueles que se especializaram em, abusar de todos nós. O autor não tem nenhuma dúvida que a vasta maioria dos problemas que enfrentamos na Igreja do século XXI, está diretamente relacionada às lideranças canhestras que se encastelaram nas posições de liderança das igrejas de todas as denominações, o que lhes permite manter, com mão de ferro, o absoluto controle sobre o Povo de D’us. Precisamos, urgentemente, pedir que D’us suscite uma nova geração de pastores que possuam genuínos corações de servos. Corações que estejam realmente no servir o povo de D’us e não em serem servidos. E, por favor, vamos aprender de uma vez por todas, que igrejas e ministérios multimilionários, não servem realmente aos propósitos de D’us de levar o evangelho a todas as pessoas deste mundo.

O Que Fazer?

O autor gostaria de agradecer a um leitor que me escreveu e sugeriu que eu procurasse oferecer algumas alternativas práticas às graves situações que costumo discutir em meus artigos. Então, atendendo à sugestão recebida, aqui vão algumas atitudes práticas para se livrar de situações de abuso espiritual.
Caso o leitor esteja vivendo uma situação como as descritas neste trabalho, o autor gostaria de sugerir alguns passos práticos para ajudá-lo a se livrar deste emaranhado de coisas:
1. Saiba que nada que será dito a seguir é fácil de ser colocado em prática devido a todos os mecanismos de dominação e controle que existem e que estão disponíveis aos pastores e igrejas abusadoras. Todavia, vale à pena tentar.
2. Em primeiro lugar você precisa entender como verdade bíblica, que não existem pastores que sejam "ungidos do Senhor" de uma forma especial. Precisa entender que você, a simples ovelha, recebeu de D’us mesmo, uma unção que é exatamente igual a que um pastor recebeu. Portanto não se sinta intimidado nem amedrontado diante das ameaças. Pastores são tão mortais quanto todos nós, mesmo que gostem de pensar de si mesmos mais do que convém - ver Romanos 12:3. Discordar de um pastor abusador pode não ser fácil, mas não trará as conseqüências anunciadas pelo abusador e seus seguidores.
3. Depois você precisa entender que não existe uma diferença de posição quando se compara a um pastor. A simples ovelha e o mais "exaltado" dos pastores estão exatamente na mesma posição: ambos estão "em Cristo". Não existe, portanto, nenhuma diferença na posição. Pastores não estão em posições mais elevadas ao passo que as ovelhas estão em posições mais inferiores. Isto não existe, é uma invenção de homens maldosos e aproveitadores. Todos os crentes estão em uma e mesma posição: estamos todos EM YESHUA. Ver Efésios 4:11 - 16.
4. Precisa entender também que a mesma consideração e respeito que você deve ao irmão-pastor é exatamente a mesma que você deve a todos os outros irmãos. Por outro lado, os pastores devem exatamente a mesma consideração e respeito a todos os irmãos, sem exceção. Ver a lista de mandamentos de reciprocidade no final deste artigo. Os mandamentos de reciprocidade precisam ser praticados por todos os crentes, sejam eles ovelhas, sejam pastores. Note a quantidade de vezes que o mandamento de amor recíproco é repetido. Lembre-se, abuso espiritual é fruto absoluto da falta do amor de D’us na vida do abusador! Mesmo falando em nome de D’us, pastores-abusadores não possuem o amor de D’us em seus corações.
5. Além disso, precisa compreender que não existe nenhuma possibilidade de diálogo com um pastor abusador. Eles estão irremediavelmente viciados pelo poder e pelo prazer que o abuso provoca em suas mentes. Não perca tempo tentando argumentar. Não adianta nada. Não vale à pena. Ouça as palavras do Senhor com relação aos abusadores dos seus dias: Deixai-os; são cegos, guias de cegos. Ora, se um cego guiar outro cego, cairão ambos no barranco - Mateus 15:14. No terceiro estudo desta série iremos analisar o confronto de YESHUA com os abusadores de seus dias.
6. Não, você não irá para o inferno se decidir abandonar o redil de um pastor abusador. Ou mesmo se decidir abandonar uma igreja abusadora. Aliás, quero recomendar que você faça exatamente isto. Não é uma decisão fácil, mas para seu próprio bem, quanto antes você tomar esta decisão, melhor para você. Lembre-se, o Faraó não gostava dos judeus, mas precisava deles! O pastor abusador não gosta de você, mas ele precisa de você. Você não precisa de nenhum pastor abusador. De fato, sem você não existe pastor abusador. Vire as costas e deixe ele se virar.
7. Você precisa estar disposto a obedecer ao Senhor e a ignorar aqueles que, usando o nome do Senhor, desejam somente escravizá-lo. Lembre-se, em todos os lugares onde o Espírito do Senhor está existe verdadeira liberdade - ver 2 Coríntios 3:17. Qualquer outra situação não passa de engodo para manter as pessoas cativas.
8. Lembre-se também, que na grande maioria das vezes, pastores abusadores e seus seguidores, agem de maneira completamente irracional. Agem como verdadeiros pit-bulls, atacando sem nenhuma justificativa plausível. Uma das maneiras mais comuns deste tipo de irracionalidade é tratar as pessoas como se elas não existissem. Ai! Como dói um irmão de muitos anos, de repente, virar o rosto e fingir que você não existe! Isto é o que eu chamo de atitude irracional. Bem, deixe-me dizer isto bem alto: NÓS NÃO TEMOS NENHUMA OBRIGAÇÃO DE NOS RELACIONAR COM PESSOAS IRRACIONAIS! Portanto, não se acanhe, tome uma decisão definitiva, de banir de sua vida, de uma vez por todas, estas pessoas que te tratam desta maneira.
9. Não adianta insistir. Falar, argumentar e até mesmo implorar não surte nenhum efeito em pessoas irracionais. Tentar convencê-los com argumentos lógicos irá apenas levar você à exaustão. Lidar com pessoas que agem desta maneira é estar em uma situação onde se é impossível vencer. Então, se você não pode vencer, pra que perder tempo batalhando?
10. Faça tudo que estiver ao teu alcance para evitar se vir aprisionado em situações em que você não tem à mínima chance de vencer. Fuja destas situações.
11. Procure alguma comunhão onde você possa ter suas feridas tratadas por um verdadeiro pastor-servo. Minha convicção é que D’us, em Sua misericórdia, ainda tem muitos homens deste calibre, espalhados por todos os lugares. Peça a orientação de D’us. Dependa da força que o Senhor mesmo pode suprir. Decida servir o Senhor livre de todos os impedimentos e tropeços que pastores abusadores insistem em colocar no caminho dos filhos de D’us.
Desde a publicação da primeira parte deste material, o autor tem recebido inúmeros e-mails com verdadeiras histórias de horror. Histórias de manipulações perversas, de distorções terríveis, de comportamentos inomináveis, de abusos espirituais abomináveis. É nossa firme convicção de que o D’us verdadeiro deseja conduzir suas ovelhas a pastos verdejantes, às águas de verdadeiro refrigério. Talvez estes artigos sejam usados por D’us para abrir os olhos de muitos, para que se libertem dos duros grilhões controlados por pastores e igrejas abusadoras.
O autor gostaria de pedir a todos os leitores que se unam a ele, em oração, ao D’us de toda misericórdia e Pai de todas as consolações, para que nos envie tempos de verdadeiro refrigério. Que o Senhor possa nos ajudar a reformar a igreja do século XXI, começando pela urgente, urgentíssima, reforma das nossas lideranças pastorais.


Santirlon Santos, Navy(PROFETA) das Ketuvim,(ESCRITURAS) e ESTUDIOSO DIDÁTICO das Ketuvim (ESCRITURAS) ORIGINAIS que também sou vosso irmão, e companheiro na aflição, e no reino, e paciência de Yeshua Ha’Maschiyah, vos saúdo com o shalom de Yeshua Ha’Maschiyah Bem Helohim Há’Shem Y’H’W’H’.