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Pepper, robô humanoide da SoftBank e da Aldebaran, foi anunciado no Japão
Um robô humanoide que anda sobre rodas e pode decifrar as emoções humanas foi revelado nessa semana pelo bilionário japonês Masayoshi Son, para quem os robôs devem ser carinhosos e fazer as pessoas sorrirem. Dono da empresa de telefonia móvel SoftBank, Son disse na quinta-feira (5) que o robô Pepper – pimenta em português – estará à venda no Japão a partir de fevereiro do ano que vem por 198 mil ienes, o equivalente a US$ 1.900, cerca de R$ 4.300. Son considera exportar seu produto, mas ainda não há nada definido sobre isso.
Kaname Hayashi é líder do projeto do Pepper. Foto: AP Photo2/10
A máquina, que não tem pernas, apenas mãos que gesticulam suavemente, apareceu em um palco no subúrbio de Tóquio, arrulhando, como as pombas, e cantarolando. Na ocasião, ele tocou as mãos dramaticamente com Masayoshi Son como gênesis católica ou ainda no filme “ET", de Steven Spielberg;
Son também contou para a multidão que seu antigo sonho era investir no negócio de robô pessoal, e que Pepper foi programado para ler as emoções das pessoas ao seu redor, reconhecendo expressões e tons de voz. "Nosso objetivo é desenvolver robôs afetuosos que podem fazer as pessoas sorrirem," disse. Um robô amigo não é novidade no Japão, um país dominado por "kawaii", pessoas que cultuam as coisas fofas, infantilizadas, mas nenhuma máquina que surgiu no mercado obteve sucesso. Ainda.
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Aibo era robô-cachorro da Sony
Robôs do passado
Empresa japonesa de eletrônicos e entretenimento, a Sony descontinuou em 2006 o Aibo, um robô-cão, apesar do protesto de seus fãs. Naquela época, a Sony desenvolveu também um robô em forma de criança voltado ao entretenimento, como o Pepper, só que menor, capaz de fazer danças encantadoras e outros movimentos, mas que nunca se tornou um produto comercial.
A Honda Motor Co também já criou um robô capaz de falar e andar, o Asimo, mas ele é muito sofisticado e caro para uso doméstico, além de só aparecer em showrooms da Honda ou em eventos de gala. Mesmo assim, ele está mais propenso a falhas devido à sua complexidade.
Muitas outras empresas japonesas, incluindo a Hitachi Ltd. e a Toyota Motor Corp, para não mencionar as universidades e startups, desenvolveram robôs, grandes e pequenos, para entreter e servir como companheiros. Há, porém, pouca ênfase na execução, no trabalho prático, em contraste com os robôs industriais usados em fábricas e robôs militares para a guerra há bastante tempo.
Apesar do desinteresse dessas grandes marcas, o potencial é grande para máquinas inteligentes uma vez que se espera que o número de idosos que necessitam de cuidados suba rapidamente no Japão nos próximos anos. A robótica já é utilizada para verificar e monitorar a saúde e a segurança dos idosos, mas os robôs podem ir além e desempenhar um papel igualmente importante na redução de sentimentos como a solidão e o isolamento.
Pepper em exposição no Japão
Com 1,21 centímetros de altura, 28 kg e de carcaça branca, o Pepper não tem cabelo, mas tem dois grandes olhos de boneca e um monitor de tela plana preso em seu peito. O robô foi desenvolvido em conjunto pela SoftBank com a Aldebaran Robotics, que produz robôs autônomos e humanoides há algum tempo.
Além de ter o mais atual sistema de reconhecimento de voz, o Pepper traz mais de uma dúzia de sensores, incluindo dois sensores de toque em suas mãos, três de toque na sua cabeça e seis sensores de laser e três sensores adesivos na sua base. O robô tem também duas câmeras e quatro microfones em sua cabeça e a capacidade de conectar a rede Wi-Fi ou por meio de um cabo Ethernet.
Na apresentação de quinta-feira (5), Pepper cantou: "I want to be loved”, do Bon Jovi. A Softbank disse que Pepper pode dançar e contar piadas e que a máquina poderá ser vista nas lojas da Softbank.
A Softbank, que agora é dona da Sprint, nos EUA, e tem mais de 100 milhões de assinantes no mundo todo, é a operadora de celular de crescimento mais rápido no Japão, impulsionada por ser a primeira a oferecer o iPhone, da Apple. Já a Aldebaran Robotics, que tem escritórios na França, China, Japão e nos EUA, é 78,5% propriedade da Softbank.
"Eu acreditava que o papel mais importante de robôs era o de serem companheiros amáveis, capazes de melhorar o dia a dia, nos trazer felicidade, nos surpreender e fazer as pessoas crescerem constantemente", disse Bruno Maisonnier, fundador e executivo-chefe da Aldebaran, que apareceu no palco com Son. A Aldebaran já produziu mais de cinco mil de seu robô humanoide Nao, seu primeiro produto, que é usado para fins de pesquisa e ensino.
Pepper também obtém informações de bancos de dados baseados em nuvem e vem com recursos de segurança para evitar acidentes e quedas. Além disse, pode ter suas capacidades incrementadas com a instalação de mais aplicações de robô, de acordo com a SoftBank.
Robô da SoftBank é capaz de decifrar as emoções dos humanos
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