A idéia de que ELOHIM terminou com o povo judeu como nação e
de que a Igreja substituiu Israel nos planos de Adonay não é apenas um sério erro
teológico: é também um erro mortal.
Foi esta falsa teologia que ajudou a alimentar as chamas do
ódio aos judeus em João Crisóstomo - um dos líderes mais respeitados da Igreja
primitiva (347 - 407 d.C.) - o qual certa vez afirmou o seguinte: "D'us
odeia os judeus, e no Dia do Juízo dirá àqueles que simpatizam com eles:
'Afastai-vos de Mim, pois tivestes relações com os Meus assassinos!' Fugi então
das suas assembleias, correi das suas casas, e tratai as suas sinagogas com
ódio e aversão."
Sem esta teologia errónea, as Cruzadas nunca teriam tido
lugar 700 anos depois.
Foi esta falsa teologia que ajudou a alimentar as chamas do
ódio aos judeus no grande reformador Martinho Lutero (1483 - 1546 d.C.), o qual
deu o seguinte conselho aos príncipes alemães da sua época: "Primeiro,
lançar fogo às suas sinagogas ou escolas...em segundo lugar, aconselho que as
suas casas sejam também arrasadas e destruídas...em lugar disso, eles podem
abrigar-se debaixo de um tecto ou num celeiro, tal como os ciganos...em
terceiro lugar aconselho que lhes sejam tirados todos os seus livros de oração
e escrituras talmúdicas, nos quais são ensinadas essas idolatrias, mentiras,
maldições e blasfémias. Em quarto lugar, aconselho que todos os seus rabinos
sejam de hoje em diante proibidos de ensinar, sob pena de perda da vida ou de
membros." Para muitos outros exemplos, favor consultar o livro "Our
Hands Are Stained With Blood".
As palavras criminosas de Lutero foram postas em acção por
nada menos nada mais que o próprio Adolph Hitler, iniciando na noite de 9 de
Novembro de 1938, conhecida como a Krystallnacht (Noite dos vidros
partidos) e em que, segundo o oficial nazi Reinhard Heydrich "815
lojas (judaicas)foram destruídas, 171 habitações queimadas ou
destruídas... 119 sinagogas incendiadas, e outras 76 completamente
destruídas...20.000 judeus foram detidos, 36 mortes foram reportadas e 36
outras pessoas ficaram gravemente feridas."
Este é o resultado directo de uma teologia que estava
completamente errada, ajudando a defender acções mortais. (Os nazis não eram
obviamente verdadeiros cristãos, mas foram séculos de anti-semitismo
"cristão" na Europa que tornaram possível o Holocausto).
Há na verdade bons cristãos nos dias de hoje que abraçam
este mesmo erro teológico (denominado teologia da substituição ou
super-cessacionismo, alegando que a Igreja substituiu ou sucedeu a Israel).
Eles não são anti-semitas em absoluto, e nunca sancionariam a perseguição ao povo
judeu em nome de Jesus. E também repudiam totalmente citações odiosas tais como
essas mencionadas acima.
Mas o triste facto da História é que é esta mesma teologia
que abriu a porta a séculos de anti-semitismo "cristão" no passado
que está mais uma vez ameaçando abrir de novo essa porta nojenta para os dias
actuais.
À luz da terceira conferência"Christ at the
Checkpoint"(Cristo no posto de controle) que acabou de ter lugar na antiga
localidade de Belém, e onde assuntos como estes foram muito mais do que
abstracções teológicas, é importante lembrar-se como a teologia errada conduz a
acções erradas.
Segundo Atos 1, depois de os discípulos terem passado 40
dias com Yeshua após a Sua ressurreição, falando-lhes "acerca do reino
de Helohim" (v. 3), os Seus devotos seguidores quiseram fazer-Lhe uma
pergunta antes que Ele ascendesse aos céus.
Eles questionaram: "Adonay, restaurarás Tu neste
tempo o reino a Israel?"
Ele respondeu: "Não vos pertence saber os tempos
ou as estações que o Pai estabeleceu pelo Seu próprio poder. Mas recebereis a
virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-Me-eis testemunhas,
tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da
terra." (vs. 6-8).
Em outras palavras: é uma boa questão, e certamente faz
sentido à luz de tudo o que temos estado a falar, mas a altura em que isso vai
acontecer - quando Elohim vai "restaurar o reino a Israel" -
não nos diz respeito neste momento. Devemos concentrar-nos no cumprimento da
Grande Comissão com a ajuda do poder do Kadoshi.
Mas não foi assim que João Calvino interpretou a resposta de
Jesus. Tal como referido pelo Dr. Paul R. Wilkinson no seu livro"Understanding
Christian Zionism" (Entendendo o Sionismo Cristão), Calvino afirmou
que havia tantos erros quanto palavras na questão dos discípulos relativa à
restauração de Israel. Isto - assim ele acreditava - mostrou "quão
maus alunos eles eram sob tão bom Mestre", e, portanto, "quando
Ele (Jesus) disse: recebereis poder, repreendeu-os pela sua
imbecilidade."
também refere o seguinte: "Na 5ª
Conferência Internacional Sabeel em 2014 (esta é uma conferência
anti-sionista), Mitri Raheb denunciou os discípulos como sendo de
"mente estreita", "nacionalistas" e "cegos" ao
terem feito uma pergunta dessas."
Preferindo ser moderado, digo que interpretações como estas
não são nada mais do que disparates exegéticos...
Se por exemplo os discípulos tivessem dito a Yeshua: "Adonay,
é chegada a altura de nós pegarmos em espadas e deceparmos os nossos
inimigos?", Ele não teria respondido: "Não vos compete saber os
tempos para decapitar as cabeças que o Pai estabeleceu. Concentrem-se em pregar
o Evangelho."
Dificilmente! Em vez disso, tê-los-ia repreendido com termos
indescritíveis.
Mas não foi isso que Ele fez, apesar do facto de as Suas
palavras estarem sempre sendo interpretadas como se Ele tivesse dito:"Seus
idiotas! Não sabeis que já terminei com Israel? Não sabeis que a Igreja
substituiu Israel? Tenho estado convosco há tanto tempo e ainda não
compreendestes?"
Em vez disso, Ele simplesmente lhes disse que não lhes
competia saber exactamente quando é que o Pai iria restaurar o reino a Israel
(algo que tanto Yeshua, como Pedro e Paulo afirmaram: Mateus 19:28; Actos
3:19-21; Romanos 11:28-29; 15:8). A missão deles era serem Suas testemunhas.
Infelizmente, nos nossos dias, ao vermos um número crescente
de cristãos a voltarem-se contra o moderno estado de Israel - e não quero
apenas dizer criticar Israel quando Israel merece ser criticado, mas estarem a
rejeitá-lo como cumprimento profético em todo o sentido da palavra, abraçando
também a narrativa palestiniana de Israel como ocupante opressor e reivindicando
que não restam mais promessas proféticas para o povo judeu como nação - estamos
vendo as sementes do ódio aos judeus sendo novamente semeadas nos corações de
muitos desses crentes. A hostilidade deles a Israel já não é mais segredo.
Tende cuidado, povo de Adonay!
A História pode facilmente voltar a repetir-se - para agravo
do Nome de Yeshua, para desgraça da Igreja, e para prejuízo espiritual e físico
do povo judeu - a menos que tenhamos a teologia certa.
Vocês foram avisados.
Shalom, Israel!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.